Vendas de máquinas agrícolas perdem fôlego

AutoIndústria

 

Apesar de no acumulado do ano o mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias ainda indicar desempenho positivo, os negócios no setor desaceleraram nos últimos meses. As vendas caíram 9,3% em outubro com relação a setembro – respectivamente, 3,9 mil e 4,3 mil unidades – e sofreram nova queda em novembro, de 21,4%, com o mercado baixando para 3.065 produtos.

 

A mudança de regra no plano Moderfrota, linha de crédito do Plano Safra voltada à aquisição de máquinas, foi decisiva para essa desaceleração, segundo avaliação do vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto, representante do segmento na entidade. “O prazo de carência foi reduzido de 18 para 12 meses em julho provocando o descasamento entre o pagamento e a receita com a colheita da safra”.

 

Segundo Miguel Neto, essa mudança contribuiu para inibir os investimentos no setor, assim com a expectativa criada no mercado de que haveria redução de juros. O executivo avalia que uma efetiva retomada do mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias depende de investimentos em infraestrutura e também em conectividade no campo. A modernização das máquinas exige um ambiente mais propício para que possam se comunicar entre si.

 

O desempenho do setor em novembro foi o pior desde janeiro, quando o mercado absorveu apenas 2,8 mil unidades. No acumulado do ano até novembro já foram comercializadas 40,5 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, volume 2,6% superior ao do mesmo período do ano passado (39,5 mil).

 

Assim como acontece com os automóveis e caminhões, as vendas externas de máquinas agrícolas e rodoviárias apresentam desempenho bem melhor do que o registrado internamente. O crescimento nas exportações este ano é de 49%, com total de 12,9 mil embarques nos primeiros onze meses, ante os 8,6 mil do mesmo período de 2016.

 

A alta com a receita nas exportações é ainda maior. O setor exportou US$ 2,72 bilhões nos primeiros onze meses deste ano, valor 66,3% superior ao obtido em idêntico período do ano passado, que foi de US$ 1,63 bilhão.

 

Graças às vendas externas, a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias registra alta maior do que a do mercado interno no acumulado do ano. Saíram das linhas de montagem nos primeiros onze meses total de 52,3 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, acréscimo de 8,1% em relação às 48,3 mil unidades fabricadas no período de janeiro a novembro do ano passado. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)