Avanço do setor de aço será gradual

DCI

 

O mercado siderúrgico brasileiro já apresenta sinais de retomada, porém, sem grandes saltos. Para 2018, o Instituto Aço Brasil (IABr) projeta alta de 4,1% das vendas internas sobre este ano, para 17,4 milhões de toneladas.

 

“Saímos da maior recessão da nossa história. Temos sinais nítidos de melhora da economia, mas o crescimento do nosso setor será gradual”, afirmou o conselheiro do IABr, Sérgio Leite, que também é CEO da Usiminas.

 

O presidente do conselho diretor da entidade e vice-presidente sênior do Grupo Vallourec na América do Sul, Alexandre Lyra, lembra que o pico de vendas de aço no mercado doméstico foi em 2013, quando os volumes atingiram 24,4 milhões de toneladas no País.

 

No entanto, para este ano a previsão de vendas internas é de 16,7 milhões de toneladas, alta de 1,2% em relação a 2016, o que não compensa a retração acumulada entre os anos de 2013 e 2016 de 32,2%.

 

Por outro lado, a produção tem indicadores um pouco melhores. De acordo com o IABr, a projeção para o volume produzido de aço bruto em 2018 é de uma expansão de 9,2% sobre este ano, para 34,1 milhões de toneladas. Grande parte da produção, entretanto, deve ser destinada aos mercados externos.

 

“A exportação continua sendo a única saída para impulsionar as siderúrgicas no Brasil”, afirma o presidente- executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.

 

Contudo, medidas protecionistas por parte dos Estados Unidos impactaram os embarques brasileiros de forma significativa. Segundo Lyra, o Brasil “exporta basicamente semi-acabados”, o que afasta o argumento do presidente norte-americano, Donald Trump, de que há uma invasão de aço de alta qualidade no país, prejudicando o emprego.

 

“Conseguimos sensibilizar o governo brasileiro para apoiar o nosso pleito para retirar essas barreiras.”

 

Lopes salientou o baixo nível de utilização da capacidade instalada pelo parque nacional. “A indústria local deveria operar a cerca de 80% da sua capacidade, mas operamos em 63% atualmente, o que é extremamente baixo”, pontua.

 

Entre as medidas para impulsionar o mercado doméstico, o IABr destaca uma coalizão entre entidades setoriais para promover o mercado da construção civil. “Devemos apresentar o tema à sociedade na próxima semana”, disse.

 

Acumulado do ano

 

Segundo balanço da entidade, de janeiro a outubro a produção de aço bruto cresceu 8,5% sobre o mesmo período do ano passado, para 28,5 milhões de toneladas. No entanto, se for retirado o desempenho da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) – que entrou em operação no ano passado -, o avanço foi de apenas 3,4%.

 

“Se excluirmos o efeito da CSP, o aumento da produção de aço bruto é bem menor”, complementa Lyra. (DCI/Juliana Estigarríbia)