Produção de veículos reforça a indústria

O Estado de S. Paulo

 

Foram expressivos os indicadores de outubro da produção de veículos automotores divulgados pela associação das montadoras (Anfavea). Os números reforçaram tanto a percepção de melhora da atividade econômica, em geral, e do consumo, em particular, como a importância do segmento automobilístico para os resultados da indústria brasileira. Estados que abrigam grandes parques automotivos, como São Paulo e Paraná – e, em menor escala, Minas Gerais –, também se incluem entre os que apresentaram bom comportamento, indicado nos resultados regionais da indústria relativos a setembro e apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

A produção de 249,9 mil veículos em outubro superou em 5,3% a de setembro e em 42,2% a de outubro de 2016. Entre os primeiros 10 meses de 2016 e 2017 a produção avançou 28,5%, chegando a 28,9% na comparação de 12 meses – de 2,06 milhões para 2,65 milhões de unidades. Também foi expressivo o aumento da produção de caminhões, indicando uma renovação de frotas para atender à demanda crescente do final de ano.

 

Em parte o vigor da produção se deve às exportações, que deverão alcançar neste ano resultado recorde. Em 2017 já foram embarcadas 627 mil unidades, ou 56,7% mais do que em igual período de 2016. Somando autoveículos e máquinas agrícolas e rodoviárias, as exportações foram de US$ 13,1 bilhões nos primeiros 10 meses deste ano. A Anfavea estima que o aumento das exportações entre 2016 e 2017 supere 40%, alcançando um montante superior a US$ 15 bilhões.

 

Um corolário relevante do aumento da produção foi a contratação de pessoal pelas montadoras, que cresceu 0,3% entre setembro e outubro deste ano e 2,5% entre os meses de outubro de 2016 e de 2017. O número de vagas abertas foi de 432 entre setembro e outubro de 2017 e de 3.084 entre outubro de 2016 e outubro de 2017.

 

As perspectivas para o último bimestre deste ano são favoráveis. Entre os fatores positivos está o da diminuição dos juros ao consumidor, como enfatizou pesquisa recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Mantendo preços, as montadoras contribuirão para assegurar a demanda e a retomada de um setor que, em 2013, fabricou um recorde de 3,7 milhões de veículos. (O Estado de S. Paulo)