Gandini defende informações mais precisas sobre Rota 2030

Auto Indústria

 

Com nova queda de venda em setembro com relação a agosto, de 15,7%, e retração de 22,1% no acumulado do ano, o setor de veículos importados espera o fim do Inovar-Auto, em 31 de dezembro próximo, para poder recuperar a partir do ano que vem parte do mercado perdido nos últimos cinco anos.

 

Na avaliação do presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, o fim do Inovar-Auto, em menos de 90 dias, é um alento para o setor de veículos importados: “Chegamos ao auge de 199 mil veículos licenciados em 2011, caímos para 35 mil no ano passado e nossa previsão é fechar 2017 com apenas 27 mil unidades. Com o fim dos 30 pontos percentuais extras do IPI, o setor projeta recuperação lenta. Podemos chegar a 40 mil unidades em 2018”.

 

Gandini criticou a falta de informações mais precisas sobre a nova política setorial automotiva que substituirá o Inovar-Auto a partir de janeiro do ano que vem, denominada Rota 2030: “Infelizmente, a forma de comunicação do fim do Inovar-Auto à sociedade brasileira já tem causado reflexos imediatos nas redes de concessionárias de importados. É fundamental haver esclarecimentos mais precisos das novas regras que estarão em vigor em menos de três meses”.

 

As dezessete marcas associadas da Abeifa venderam em setembro somente 2.379 unidades, com queda não só em relação a agosto mas também no comparativo com mesmo mês do ano passado – retração de 13,6%. No ano foram 21.201 veículos, ante os 27.227 unidades dos primeiros nove meses do ano passado.

 

Gandini voltou a reafirmar na quarta-feira, 4, que os preços dos veículos importados não vão cair com o fim do programa Inovar-Auto no dia 31 de dezembro e a instituição do programa Rota 2030 a partir de 1º de janeiro de 2018. “Ao contrário, uma vez habilitadas ao Rota 2030, empresas que não conseguirem cumprir metas a serem estabelecidas pela nova política industrial poderão ter seus produtos com preços majorados”.

 

Durante o período de vigência do Inovar-Auto, a maioria das associadas da Abeifa não comercializou seus veículos fora da cota de 4.800 unidades/ano, ou seja, na prática não houve a incidência dos 30 pontos percentuais extras no IPI. Isso, inclusive, explica a queda de vendas no período, de 199 mil unidades em 2011 para 27 mil unidades este ano. (Auto Indústria)