Por que os SUVs são a salvação das marcas de luxo

Jornal do Carro

 

Não teve jeito, até a Ferrari se rendeu. De acordo com a imprensa europeia, a mais emblemática montadora do mundo já trabalha no desenvolvimento de um utilitário-esportivo. É isso mesmo, minha gente: a Ferrari vai vai entrar no mundo dos SUVs.

 

A informação é de fazer aquele cara purista, entusiasta, desmaiar. SUV não tem nada a ver com esportividade, mesmo levando a palavra “esportivo” no nome. Certo?

 

Isso não importa mais, para falar a verdade. Depois que a Porsche abriu a porteira, a receita se mostrou um sucesso. E sucesso é irresistível, né? Cria tendências. Todo mundo quer fazer igual.

 

Quando a Porsche anunciou que produziria o Cayenne, começaram uma onda de protestos entre os fãs da marca. Era inacreditável a ideia de uma fabricante de carros esportivos se aventurar na produção de um jipão.

 

“Jipão”, naquela época, já era SUV. Não um jipe, rústico, e sim um modelo com formas robustas, mas conteúdo sofisticado e dirigibilidade de carro de passeio. Ainda assim, a ideia não foi bem aceita.

 

Honda Pilot

 

No entanto, a Porsche persistiu, e Cayenne fez tanto sucesso que salvou sua “vida”. A marca estava deficitária e, após os lucros obtidos com o SUV, quase conseguiu comprar a Volkswagen – grupo do qual, hoje, faz parte.

 

O Cayenne levou à Porsche novos consumidores. Pessoas que queriam um Porsche, mas não um esportivo, se tornaram clientes da montadora.

 

Os volumes de vendas aumentaram; os lucros, também. Alguns fãs da Porsche ainda resistiram, torceram o nariz. Logo, porém, viram que o fato de ter um SUV em sua linha não mudou a essência esportiva da montadora.

 

Depois, vieram outras “inovações”, como o Panamera, que é quase um sedã de luxo. E um SUV menor, o Macan.

 

A Lamborghini, em seguida, anunciou que também faria um SUV, e já mostrou seu protótipo. Trata-se do Urus, previsto para chegar em 2019.

 

A chiadeira também foi grande, afinal a Lamborghini não é apenas esportiva; é superesportiva.

 

Porém, hoje, talvez seja impossível sobreviver sem um SUV. Mesmo as marcas de luxo estão precisando aumentar seus volumes, pois a demanda por avanços tecnológicos é cada vez maior, e mais rápida.

 

Um superesportivo, caríssimo, é lucrativo, mas demanda amplo custo de desenvolvimento. São produtos que precisam ter tudo o que é mais tecnologicamente avançado na indústria.

 

Ter um carro de maior volume, portanto, é fundamental para ampliar os investimentos em tecnologia. Os SUVs, além de muito requisitados pelo público, são também carros que geram ampla lucratividade.

 

Marcas de luxo 

 

Montadoras que não são especializadas em esportivos, mas que, tempos atrás, jamais sonharam em ter SUVs em suas linhas, também estão se rendendo. A Bentley, por exemplo, já lançou um utilitário para chamar de seu, o Bentayga.

 

A Jaguar não queria SUV. Seus clientes também diziam não querer. Porém, a marca lançou um carro do segmento. O F-Pace. O sucesso foi estrondoso, até mesmo no Brasil. Por aqui, o carro chegou a aparecer entre os dez modelos de luxo mais vendidos – mesmo partindo de R$ 300 mil.

 

Com tamanho sucesso em sua linha, a Jaguar decidiu ir além. Nesta quinta-feira (13), mostrou seu segundo utilitário-esportivo, o E-Pace. O modelo está para BMW X1 e Audi Q3 assim como o F-Pace está para o Macan.

 

Por que os SUVs?

 

Não é só no Brasil. No mundo inteiro, todo mundo quer ter SUV. O Cayenne deixou isso claro. E as marcas não param de investir no segmento.

 

Isso porque, sendo SUV, o povo compra. Vale, então, variar o tema. Caso da BMW, que criou uma espécie de SUV-cupê, o X6. O sucesso veio, e foi logo incorporado pela Mercedes, que lançou o GLE Coupé.

 

A Audi também terá seu representante nesse nicho, mas inovou em outro. A marca lançou o pequenino Q2, uma espécie de subcompacto, posicionado abaixo do Q3. (Jornal do Carro)