Elétricos já vendem mais que carro a álcool e devem superar comerciais leves à gasolina

Futuretransport

 

Ainda distante dos países mais desenvolvidos, a tecnologia do carro elétrico vai aos poucos crescendo no Brasil. Tanto é que o número veículos elétricos emplacados neste ano deverá superar os de motores puramente movidos à gasolina que equipam comerciais leves. Também já é muito superior aos carros movidos puramente a etanol.

 

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram comercializados no Brasil em 2016, 1.085 veículos elétricos, enquanto comerciais leves com motores movidos com gasolina somaram 1.294.

 

Já carros movidos puramente a álcool registraram, no ano passado, o emplacamento de apenas 12 unidades – o menor número da série histórica, que começou em 1.979 com o emplacamento de 2.276 automóveis.

 

Pelas estatísticas da Anfavea, se nota que, enquanto a curva dos carros elétricos cresce, declina os comerciais leves de gasolina.

 

Desde 2006, quando foi registrado o emplacamento de um único veículo, o número de carros elétricos só sobe. No ano seguinte, foram 2 emplacamentos. Em 2011, o número já estava em 200. Em 2015, foram 843 veículos.

 

O auge dos motores à gasolina em comerciais leves foi registrado em 1997, com cerca de 202 mil unidades. De lá para cá, os números só vêm caindo, até os 1.294 modelos comercializados no ano passado – o pior número da série histórica.

 

Desde o advento do motor flex, os propulsores à gasolina vem perdendo participação nos modelos comerciais leves. Em 1957, primeiro registro da indústria automobilística da Anfavea, o número de emplacamentos de veículos comerciais leves à gasolina atingiu 1.522 unidades.

 

Em carros de passeio, o auge dos motores a álcool aconteceu em 1986, quando foram emplacados 620.221 unidades. Naquele mesmo ano, foram vendidos 54.384 carros puramente à gasolina. Depois disso, o carro a etanol só declinou, enquanto os puramente à gasolina retomaram o seu posto em carros.

 

Apesar da tecnologia flex, os carros de passeio à gasolina registraram vendas de 79.199 veículos em 2016, enquanto os flexíveis chegaram quase a 1,6 milhão, mostrando que a tecnologia que permite o uso tanto do etanol quanto da gasolina predomina totalmente o mercado nacional.

 

Impostos, falta de infraestrutura para carregamento de bateria e desconhecimento da tecnologia são alguns dos fatores que, na opinião dos especialistas, ainda tornam o veículo elétrico um produto ainda distante da maioria dos brasileiros.

 

Mas essa tendência começará a se inverter diante do avanço da tecnologia no mundo, que conta com o desenvolvimento de novas baterias e equipamentos para aumentar a autonomia do veículo elétrico. Ainda que muito tímidos, os números da Anfavea apontam para essa tendência. (Futuretransport)